Ao longo da minha vida já passei em muitos serviços em diversos hospitais e centros de saúde, inicialmente como estudante de medicina e mais tarde, como médica do internato geral.
Nem tudo foram rosas, mas levei alguns rosas comigo.
Conheci várias pessoas com formas de trabalhar muitas diferentes: havia os téoricos (para quem uma coriza podia ser logo pródromo de outro síndroma) e os práticos (o que é frequente, é frequente; o que é raro, é raro); os dedicados e os despachados; os extrovertidos e os tímidos; os que me viram apenas como (mais uma) mão-de-obra ou os que me viram como aprendiz e amiga e me ensinaram a crescer como mulher e médica.
Mas, a equipa que sublinho pelo seu TODO, pelo seu colectivo que ultrapassa as individualidades foi, sem dúvida, a equipa por onde passei nas últimas 6 semanas: a Medicina I.
Não menciono o hospital por não querer quebrar o anonimato deste post e, por ter a certeza que, se algum deles ler estas linhas (o que é pouco provável), ELES SABERÃO.
Porque, o mais verdadeiro dos elogios é aquele que é sussurrado às escondidas, e não aquele que ecoa a alta voz. E eles sabem-no....
M com letra maiúscula, dignificando a verdadeira Medicina Interna, a especialidade mãe, e não como a especialidade onde se acumulam as sobras dos outros.
Deste serviço, não vi nenhum doente a ir embora sem levar consigo na bagagem a certeza que recebeu os melhores cuidados possíveis, muitas vezes em cenários hediondos; convosco partilhei a alegria dos sucesso e acatei a aceitação do insucesso; conheci um director de serviço, o verdadeiro timoneiro que, sem NUNCA impor nada a ninguém, levava sempre a equipa a bom porto.
Voçês fizeram-me sentir «um dos vossos»...
E, apesar de ir embora, levo-vos comigo na lembrança.
Até sempre, Medicina I.