quarta-feira, outubro 25, 2006

SIM à despenalização do aborto

Como blog democrático que o O.N.R. é, a discórdia e a troca de ideias é bem-vinda.

Eu, como médica e mulher, não poderia ser mais favorável à despenalização do aborto, e que vença um SIM esmagador no referendo.

Não está em causa a realização do aborto, pois a prática do aborto, independentemente dos motivos, sempre existiu e sempre existirá!!

O que está realmente em causa é a realização do aborto em meios assépticos e adequados, dignos e acessíveis a qualquer mulher, e não só às mulheres que podem pagar uma clínica em Espanha ou no Reino Unido. Claro que, do outro lado da barricada, existe a prática ilegal do abordo em condições deploráveis e verdadeiramente terceiro-mundistas, conduzindo a graves sequelas físicas e psicológicas nas mulheres que o fazem. Relembro que estima-se que anualmente morram 68 mil mulheres pela prática do aborto em condições precárias, a maioria destas mulheres jovens

Está na hora de deixar o provincianismo para trás e abrir os olhos!
Em 2/3 dos chamados países desenvolvidos a prática do aborto, quando solicitado pela mulher, é legal e possível. Pelo contrário, apenas 1 em 7 dos chamados países em desenvolvimento permite a prática do aborto quando solicitada pela mulher.
E nós? Onde que nos colocamos no mapa?

Está na hora de dizer BASTA!

E o conhecido argumento de que trata de uma crime não é válido, repito, não é válido, uma vez que nos hospitais portugueses todos os dias se praticam os tais ‘crimes’ que, deixam de ser ‘crimes’ e tornam-se legais do ponto vista jurídico se dentro de determinados prazos e sob certos diagnósticos, aceites do ponto de vista legal.

Quanto ao argumento do aumento das listas de espera nos hospitais, este também não é o suficientemente válido, uma vez que se trata de uma operação de dificuldade técnica acessível e que, com boa vontade, há meios técnicos e humanos suficientes.


Que vença o SIM à despenalização do aborto!

Como mulher e como profissional de saúde!

1 comentário:

J.F disse...

Como homem, profissinal de saúde e cidadão...
Sim.
Que vença o sim à despenalização do aborto!