domingo, dezembro 23, 2007

O protocolo obriga:
Bom Natal para si e para os seus (e o blah blah blah do costume...)

at gms consulting group

(Que, no fundo, para muitos deveria ser assim:

-Aproveitar as férias, se for caso disso (e aproveitar ainda melhor o subsidio de Natal nas férias)
-Imaginar que o Pai Natal é o George Clooney saído de um jogo do Benfica a descer pela tua chaminé, de preferencia com uma Nespresso por baixo do braço
-Receber muitos presentes e dar também (lá tem que ser...)
-Comer muito (mas tudo light e gourmet claro)
-Beber muito (um Moet & Chandon para começar...)
-Não se engasgar com as 12 passas do reveillon (haverá pior começo de ano que uma passa atravessada na garganta?!)

mas... agora a sério,

o importante é SER FELIZ e aproveitar a calor da familia e dos entes queridos, porque esses são o melhor que há!


A todos, BOAS FESTAS

sexta-feira, dezembro 21, 2007

O génio (de) Oscar Niemeyer

O génio da arquitectura modernista celebrou este mês 100 anos de vida.

Ele é o génio que odeia os ângulos rectos, que ama as curvas.
Como ele próprio disse um dia:
«Se a recta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito»
Ele é o génio que tem pânico de andar de avião;

Ele é o génio que nunca desistiu de sua opção pelo comunismo (como ele odeia o capitalismo)
Ele é o arquitecto que idolatra a alma feminina, a ponto de ter se casado aos 98 anos sem que sua família soubesse;

Com uma obra arquictónica vastíssima em tudo o mundo, a única obra de Oscar Niemeyer em Portugal é o luxuoso Hotel Casino Park, situado no Funchal, recentemente adquirido pelo Grupo Pestana:












(imagens retiradas de www.pestana.com)

terça-feira, dezembro 18, 2007

euros, a troco de produtividade

«Os médicos dos hospitais públicos vão começar a ser remunerados em função da produtividade já durante o próximo ano»

Concerteza, Sr. Ministro.
E que venham as
....patologias agudas,
....as doenças ligeiríssimas,
...os actos médicos rápidos
....os exames mais simples (RMN para quê quando a ecografo esta ali mesmo a mão?),
...o «dá cá, este doente é meu» (unhas encravadas voltem, estão perdoadas)
Os doentes crónicos vão ter que esperar.

Lost Thoughts I

Chove.
Chove lá fora. Torrencialmente.

Há horas bipolares em que somos príncipes dignos da mais elegante corte, somos majestades num luxoso reino além-mar, somos olho em terra de cegos. Nada nem ninguém nos detém, nos faz parar, nos trava. Somos o momento que fruimos, agora. O prazer momentâneo, já. A euforia transitória, nestes brevíssimos segundos.

Chove lá fora. Viola brutalmente o vidro da janela que me abriga.

Outras horas bipolares há em que nos transformamos em nada, em pó da terra seca e árida, em merda do mais miserável matadouro, em sem-abrigos em terra de betão. Somos o que temos no momento: nada.

Chove lá fora. Agride a terra com a força de um punhal ensanguentado.

Lei do «escorrega»: Depressa subimos mas ainda mais rapidamente descemos.

Chove.
Faz sol.

domingo, dezembro 16, 2007

Belenenses 1-0 Benfica

Ainda acredita que estes tipos vão ser campeões??

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Contas feitas... mas ainda sem ordem na casa


Feitas as contas na ressaca eleitoral, Miguel Leao agradece aos seus apoiantes, ávidos de mudança:

ML: 5000 votos

PN: 4600 votos

CSS: 1500 votos


Será que «candeia que vai à frente alumia 2 vezes»?

Ano Novo, Cara Nova


Depois de um tempo de ausência, estou de volta.

Com blog de cara lavada, contadores a zero, é um novo ínicio.

As mais de dez mil visitas anteriores não interessam, este é o recomeço.


Não prometo estar sempre, mas prometo escrever muitas vezes.

2º volta

Miguel Leao ganhou, neste 1º round, 3 pontos percentuais ao actual líder da OM, Pedro Nunes.
Para trás, ficou Carlos Santos Silva, com honrosos 13 pontos percentuais.
O round derradeiro está marcado para o dia 16 de Janeiro.
Conseguirá Leao cativar o eleitorado da «Alternativa» e assim derrotar o actual Bastonário??


Sinceramente...esperemos que sim.
Por uma Ordem Interventiva.
Por a Ordem em... Ordem.


ps:este blog é eleitoramente isento e não consta em nenhuma lista à OM.

domingo, dezembro 02, 2007

Eleições à Ordem dos Médicos


É já dia 12 as eleições.

São 3 as listas candidatas à OM.
Porque está na altura de dar um soco na mesa, de ter ordem na Ordem, de ter um orgão interventivo e activo (quça, ao estilo 'Antonio Gentil Martins'), voto Dr. MIGUEL LEÃO e lista A.
Vamos sair deste marasmo, e lutar por sermos mais e melhores Médicos

atenta

Ando desaparecida, mas não desatenta à blogosfera nacional.

Recomendo a visita a um blog que promete dar que falar nos próximos tempos: Vantagem Comparativa

quinta-feira, setembro 06, 2007

desaparecido

Procura-se Revista Tempo Medicina (ed. online)
A quem souber o paradeiro, agradece-se informação.

(Desde há alguns dias o site deste boletim médico nacional encontra-se indisponível.
Estarão em greve pré-eleitoral?)

Votos de rápido regresso.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Os meus.

O.C. -Na terra dos ricos


À distância de casa, decidi partilhar o meu espaço com a família Cohen.
A trama desta série de sucesso que retrata a vida da localidade -Orange County- com maior riqueza por m2 do planeta.
As vidas e relações atribuladas de Ryan and Marrisa, Sandy and Kirsten e Summer e Seth, a não perder num DVD (ou 3, se quiser mesmo....) perto de si

de regresso.



após muito pensar, voltei.
Decidi impor-me ao tempo que urge e regressar ao blog que pari há um ano atrás.
Dar-lhe vida, mas também o espaço de que ele precisa.
Tal como nós. Mas às vezes não nos apercebemos disso.
Decidi reanimar este me diário de guerra e de vida.
Reanimar-me a mim própria.

quinta-feira, junho 21, 2007

a propósito das prioridades da saúde...

a próposito de artigo intitulado 'prioridades da saúde' do meu querido que raio de saúde a nossa, lanço a questão:
para além do Centro Saúde referido, o de Viana do Castelo, quantas unidades não disporão realmente o milagroso desfibrilhador?
(E nem me refiro às que o possuem mas que estão guardados a 7 chaves, qual peça de museu...)
Fica para pensar.
pista: vamos começar pelas instituições psiquiátricas....

quarta-feira, maio 23, 2007

Short bus



Shortbus, mais um filme a não perder.
Todos nós temos algo a ver com aqueles personagens tipo, estranhos no principiar do filme e familiares ao cair do pano.
Nenhuma relação, seja de amor, amizade ou simplesmente sexo, é algo estanque, imune a factores adversos. Tem dias bons e menos bons. Mas no fim, são os demónios que a atormentam, que nós dão força para melhorar, corrigir os nossos erros e continuar em frente, transformando-se nos nossos melhores amigos.

Não sei quem é o Nuno Cargaleiro mas gostei do que li no seu Viciado em Cinema.

"Shortbus" assume as várias dimensões das suas personagens, apresentando-os em cenas de sexo explícito, onde a ideia do pornográfico surge de imediato, mas que rapidamente de dilui para um entendimento, por parte do espectador, que aquilo que vê são momentos que cada um de nós pode viver na sua intimidade, sendo por isso natural, e onde o contraste entre as figuras tipo do filme, apesar da sua excentricidade, reproduzem anseios, dúvidas e desejos que são comuns a todo o ser humano
(...)
Shortbus" fez-me rir, emocionar e pensar sobre vários aspectos do quotadiano que tomamos por adquirido e correcto. Como se fossemos uma "personificação" da Alice no País das Maravilhas, todos tendemos em querer olhar para o outro lado do espelho, mas pouco conseguem alcançar nessa viagem a paz da auto-aceitação...
(...)
Pois como diz numa das letras, duma banda sonora cuidada, "e é no fim que percebemos, que os nossos demónios interiores são os nossos melhores amigos"!

Ausência

Ausência.
Estive ausente neste dias que correm, como se necessitasse espaço para fugir de uma realidade que me estrangulava. E tempo.
TEMPO.
Essa medida objectiva e quantificável que rege os nossos dias, e os minutos das nossas horas, e que se torna em algo subjectivo e de limites esfumados se não soubermos o que fazer com ele, como se o objecto relógio deixasse de fazer sentido.
Fará?

quarta-feira, abril 18, 2007

Jovem recém-licenciada toma rédeas da administração do CHNT... E esta hein??

Vi este post no Voz do Abade.
Fiquei afónica.

A Voz do Nordeste - (Claro, a culpa é dos FP*)


Jovem recém-licenciada nomeada administradoraA Administração do Centro Hospitalar do Nordeste Transmontano (CHNT) ficou completa a partir do início deste mês depois da nomeação de Cláudia Miranda como vogal executiva da mesma Administração.

Cláudia Miranda ainda não tem 20 anos e em termos de currículo está a construí-lo, muito ajudando a actual nomeação política para o lugar de administradora do CHNT. No seu currículo sobressaem as funções de professora substituta do Instituto Politécnico de Bragança, onde seria obrigada a deixar lugar depois de o respectivo titular regressar.

A nova administradora vai auferir o vencimento de 3 000 euros (600 contos) líquidos, acrescidos de automóvel, combustível, telemóvel e algumas despesas de representação. Entretanto, perspectiva-se já que esse vencimento venha a subir para 800 contos líquidos em virtude o actual vencimento ainda corresponder à categoria dos vogais da administração do antigo Hospital de Bragança e não à categoria de vogal de um Centro Hospitalar.

Porque é que uma jovem sem currículo é nomeada para lugar … de tanta responsabilidade… a avaliar pelo vencimento e mordomias?... Será pelas suas eventuais futuras relações matrimoniais com o actual líder distrital da JS?...

Pela ideia que nos "venderam" dele, não nos parece rapaz de deitar a perder as suas convicções políticas por tão pouco!... Mas por que será, então?... Não conseguimos apurar. Objectivamente é o que podemos dizer. Só para terminar, já está a ganhar como vogal da Administração desde os primeiros dias de Fevereiro, mas ainda não se apresentou ao serviço!...
BONITO EXEMPLO DO POLITICAMENTE INCORRECTO...!
* Funcionários Públicos.

sexta-feira, abril 13, 2007

liberalização da propriedade das farmácias

Esta proposta de lei é finalmente palco de discussão na AR.

Será que é desta que um dos maiores lobbies da sociedade portuguesa será questionado?

Terá finalmente o Estado a coragem necessária para desafiar (e ir até o fim) o sui generis presidente da A.N.F., defensor acérrimo da sua dama -dona Farmácia, o Dr. João Cordeiro?

A direcção técnica das farmácias mantém-se inalterada, justamente. Só um farmacêutico pode ser responsável pela (digamos, correcta) venda de medicamentos.
Mas não poderá um anónimo cidadão, não farmacêutico, com muitos euros na carteira (muitos, muitos....), adquirir um qualquer estabelecimento com uma direcção técnica farmacêutica a seu bel prazer? Não terá esse direito??
Da mesma forma que um cidadão anónimo, não gestor e/ou economista, poderia comprar uma empresa de consultadoria e nomear alguém competente na área para lidera-la.
Afinal de contas, vivemos numa sociedade livre.

Será desta?

Sinceramente espero que sim.
Mas o meu 6º sentido feminino (que nunca se engana e raramente tem dúvida...) diz que não. A coisas que não se consegue mudar (para melhor). Porque a tradição ainda é o que era...

segunda-feira, abril 09, 2007

aLIVE!!!!

-'Alive & kicking'!
Não, isto não é uma alusão estilo VH-1 aos defuntos Simple Minds nem uma manifestação anti-aborto fora de época (e calem-me esses movimentos!).

Só para dizer que voltei.
Sim, voltei!!
(e isso interessa? -pensam os sarcásticos)
Claro que sim -responde o meu 'ego' irónico).

De regresso.
Regresso de umas (merecidas) férias longe da monotonia tuga. Leia-se, sem ouvir falar das peripécias bollywoodescas do nosso desporto-rei (e como o Messias Rui Costa nesta época de Quaresma que não consegue fazer o milagre da ressurreição do Benfica) nem de quem é o tubarão no aquário de novelas da TVI(e afinal quem era?).

Fugi.
De malas feitas e sem abraços melancólicos de despedida.
Assim é mais fácil.


Não pensem que eu penso que fugir é a melhor solução.
Nem às vezes. Nunca.
Não é solução para a resolução de 'algo' que perdura. Não.
Apenas para ganhar tempo.
E é o tempo que nos faz amadurecer as ideias e nos torna mais sólidos.

Para aonde?
NY, the empire state.





A cidade que foi anfitriã do sexo que extasiou milhares de mulheres que semanalmente abraçavam o pequeno écran (e acreditam meus senhores, esta proeza não é fácil...), que tantricamente acoplou vários globos de ouro consecutivos, que que pôs a nu a Carrie que há em todas nós (no meu caso, seria mais a Charlotte)...
E já não falo das várias Samantha's que quem me cruzo diariamente...
(volta Sarah Jessica Parker, estás perdoada!)

A cidade que, segundo Madonna, nunca dorme (mas para ela também não deve ser difícil, certo?)

A cidade dos arranha-céus, da agitação luminosa da Broadway, do melting pot liquefeito, do suburbanismo negro de Harlem, da elegante branca Village, do memorial permanente ao nine-eleven, do central park domingueiro, dos guetos milionários, dos novos ricos e dos miseráveis que hão-de sempre continuar a sê-lo. Miserables.

Voltei.
Vim de férias.
Corpo cansado, mas de cabeça mais leve.
Bolso também (na gíria boxeur, já na categoria 'mosca'.)

Pronta a (não) reanimar....

sábado, março 17, 2007

Nosso Portugal

Um fim de semana relaxante para melhor conhecer o nosso Portugal.
Marvão, Castelo de Vide.
Vale a pena visitar.






Palavras para quê?

quarta-feira, março 07, 2007

CC e a reestruturação da rede de urgências nacional

Reestruturação da rede de urgências:
-Recuo ou cumprimento do prometido?
«O Ministério da Saúde assinou protocolos com algumas das autarquias mais insatisfeitas com a proposta técnica de reestruturação da rede nacional
de serviços de Urgência. Correia de Campos garante que não se trata de uma cedência, mas os médicos não estão convencidos.
O ministro da Saúde, Correia de Campos, rejeita que os entendimentos com os municípios, surgidos na sequência da vaga de protestos que se tem verificado, sejam um recuo ou uma cedência ao poder local e garante que apenas está a cumprir a promessa de que nenhuma localidade ficaria pior servida com a nova rede de Urgências. Mas não é essa a leitura que vários dirigentes do sector fazem dos acontecimentos.
No geral, e tendo em conta os protocolos assinados recentemente, pode verificar-se que, em vários casos, o ministro da Saúde viu-se obrigado a recuar em relação à proposta técnica, mantendo as estruturas de Urgência existentes, ou pelo menos adiando a decisão de as encerrar. Em Macedo de Cavaleiros, Montijo, Fafe e Santo Tirso a tutela acordou em manter os respectivos serviços de Urgência, na qualidade de serviços de Urgência básica (SUB). Cantanhede, Espinho e Vila do Conde são os únicos concelhos (dos que, até ao fecho desta edição, chegaram a acordo com o Ministério de Saúde) que perderam a Urgência, passando a dispor apenas de uma consulta não programada até à meia-noite.
Mas Correia de Campos concedeu «extras» aos municípios. Cuidados continuados, Cirurgia ambulatória e reforço do atendimento pré-hospitalar foram alguns dos «trunfos» usados pelo governante para convencer os autarcas. De facto, os protocolos assinados entre o Ministério da Saúde e as autarquias, disponíveis no Portal da Saúde, propõem alternativas semelhantes. Como disse o ministro aquando do acto de assinatura dos primeiros seis protocolos, a 25 de Fevereiro, o objectivo é substituir o modelo de «hospital de miniatura» pelo modelo de hospital de proximidade, «com respostas bem ajustadas aos problemas dominantes da população que servem».
Na revista TempoMedicina deste mês.
Pode ler mais aqui

terça-feira, março 06, 2007

Semana de Aniversário

Semana de aniversário.
(Antecipando alguma pergunta, deixo já a minha resposta: nunca se pergunta a idade a uma senhora!! Ponto assente.)

Claro que, há uns anos atrás, esta palavra era obrigatoriamente seguida por um infantil ‘Yupii!!’
-O ‘Yupii, já sou grande. …Já posso dar um beijinho?!’ (e na altura o João Catarré ainda não dizia ‘dá-me um beijinho…Para infelicidade do Banif, para felicidade da sociedade em geral)
-O ‘Yupii, já posso posso sair com as minhas amigas até a meia-noite?’ (e porque será que nesta idade usamos sempre como desculpa ‘as amigas’, e não verdadeiramente os 'amigos’? O meia-noite também não merece comentários….)
-O ‘Yupii, o sacana do porteiro que se atreva agora a pedir o meu BI….‘
(coincidentalmente ou não, também deixou de o pedir…)

Hoje, já não é bem assim.
Os ‘Yupii’s’ foram substituídos por ‘Aii’s’.
É a fase 'Sexo e a Cidade'.
Dou por mim, sentada, de caipirinha em punho (qual Cosmopolitan, qual quê...), a pensar na porcaria da idade e tento enganar as rugas que não vêm no B.I. (era só o que falta! já basta o 'SOL' no estado civil...) com uma maquilhagem Chanel com efeito bronzeador máximo e que me custou uma pipa de massa (as coisas que estes tipos inventam…).
‘Ai, a primeira injecção de Botox….’


Mas, apercebo-me da finidade da vida.
Do tempo que passa e não volta para trás.
Mais vale aproveitá-lo. Carpe diem.

Ofereço-me a mim própria um fim-de-semana em Marvão.
Mais uma semana de aniversário. Mais um ano.
Mais vale brindar. Yupii.

quinta-feira, março 01, 2007

Cartas from Iwo Jima


«Na vida temos que fazer o que achamos que está certo e não o que nos dizem (para fazer).»

(Hoje estou muito filosófica...)

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Apelo!! Ajudem o Roberto.

Não tenho por hábito veicular nenhum tipo de apelo público.
Hoje, abro uma excepção.
Em nome da amizade.
Em nome da esperança que palia os doentes crónicos.
E, porque, por detrás das nossas batas, existimos NÓS e as nossas causas.
Ajudem o Roberto!

Chamo-me Roberto Neves, tenho 25 anos, sou doente com Fibrose Quística e estou inscrito no Hospital Juan Canalejo (Corunha) para fazer um transplante pulmonar. Sei que a minha médica, Drª Sidónia Nunes, tudo tem feito para eu poder ir o mais breve possível mas eu nunca mais vejo este momento chegar.

Depois de ver o programa da SIC sobre os transplantes pulmonares feitos na Corunha a minha ansiedade aumenta, a minha tristeza é sempre maior cada dia que passa , e só Deus sabe o que penso e passo dentro do meu quarto onde passo os meus dias ultimamente .

Tenho tanta esperança nesta operação, eu sei que vou vencer, eu sei que Deus não me vai abandonar mas preciso estar lá e cada vez que o telemóvel toca o meu pensamento é se será agora que vou mas depois vejo que não é, e vejo chegar a noite e penso mais um dia passou e continuo aqui.

Peço com todo o meu coração se me podem ajudar para que eu possa ir o mais breve possível. AJUDEM-ME EU QUERO VIVER! Quero voltar a sorrir aos meus amigos quero continuar a ter os meus sonhos, por caridade não me deixem morrer!

Roberto Neves

Ajudem o Roberto.
Divulguem o apelo.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Aos familiares, aos internistas e aos imagiologistas....Aos bons e aos maus.

Acompanhei a Dona Maria no último trimestre do ano passado.
(Hoje voltei a saber dela... )

A Dona Maria (nome falso) era uma daquelas senhoras 'de salão', com unhas sempre impecavelmente pintadas e sobrancelhas finamente depiladas, cujo corpo amorfo tentava disfarçar o peso dos anos que lhe passavam.
Conheci a Dona Maria numa consulta externa (daquelas que já não assisto). Queixava-se sempre do mesmo: astenia, anorexia e lombalgias.
«Sinto-me mal, já não sou quem era» -dizia. (...)
Com intuito de esclarecimento do quadro, tinha já sido internada e re-internada, sem grande sucesso. Em todos os internamentos tinha sido estudada ao pormenor: à excepção de uma discreta elevação de um marcador tumoral, de um padrão inflamatório inespecífico e de aumento marcado das transaminases, tudo o resto era normal: TUDO, incluindo mielograma, endoscopia, colonoscopia, ecografia abdominal e TC torácica-abdominal. (...)
A sua vida tinha sido transformada num ciclo vicioso: era internada, tinha alta e re-internada.
(...)
Este quadro clínico era (desencadeado? e) agravado pelo total desinteresse da família pela sua doença. Com a agravante de ter um sobrinho médico, colega reputado naquele hospital. Nunca o vi a perguntar por ela.
(...)
Na última vez que a vi, tinham-na colocado num lar de idosos (de luxo, claro).
E claro também que a Dona Maria piorou.
Não queria ir para o lar, queria sim, estar bem, em casa, com os filhos e netos que amava.
(...)
Vi a Dona Maria no meu último dia de médica generalista. Lembro-me de preencher o seu boletim de internamento. Dado o aumento insistente das transaminases, foi pedido nova ecografia, entre outros exames.
A ausência de icterícia e a 'benignidade' dos outros exames imagiológicos (nomeadamente da TC abdominal, relatada por um colega experiente, que revelava apenas lesões de carácter quístico na cabeça do pâncreas) nada faziam esperar.
(...)
De novo, nada faziam esperar. (...)
A ecografia, desta vez, revelou uma imagem sugestiva de malignidade na cabeça do pâncreas, já numa fase avançada, com repercussão ao nível das vias biliares.
O relatório da TC abdominal, de há 3 semanas, continuava arquivado no processo clínico anterior.
(....)
Ironia do destino, pouco tempo após o relatório da ecografia chegar, a Dona Maria faleceu.
Com as unhas impecavelmente pintadas e sobrancelhas finamente depiladas, partiu.
Disse o último adeus aos enfermeiros e à médica internista que carinhosamente a trataram nos últimos meses da sua vida. Como verdadeiros heróis.
(...)
A família organizou-lhe um grandioso funeral... O nosso colega também lá esteve presente... Quem não quis saber dela na fase final da sua vida, não faltou ao último acto da sua vida -o fúnebre.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Há dias assim...

Hoje tive a minha primeira grande desilusão no meu novo serviço.
Não profissional, apenas pessoal... (estas doem mais).
O encantamento terminou.
Há dias assim.
Hoje faço um delete, amanhã será um novo dia.
Um novo dia.

Para quem está farto do dia dos namorados....

Encontrei um bom post do blog do colega viciado em Ice Tea.
Retirei um pequeno excerto:

Aqui ficam algumas dicas para quem está absolutamente farto do dia 14 de Fevereiro...
  1. Quando a sua cara-metade lhe perguntar "Onde é que vamos passar a noite no Dia dos Namorados?" acene-lhe com um programa maravilha de um jantar no drive-in do Mcdonald's e reservas para uma noite no parque de campismo da Costa da Caparica.
  2. Trate constantemente o seu/sua pombinho/a com diminutivos: "minha kiduxinha lindinha fofinha feiinha tortinha desdentadinha pequenininha baixinha..."
  3. Se o/a seu/sua companheiro/a preparar um jantar à luz das velas para si, comente em altos berros: "Porra, isto parece um velório... Quem é que morreu?".
  4. No meio do jantar romântico peça para ligar a televisão para ver os Morangos com Açúcar.
  5. Se ele ou ela lhe começar a dizer coisas ternas ao ouvido, zangue-se: "Cala-te, deixa ouvir a telenovela!". (Futebol também serve...)
  6. Se ela ou ele o/a começar a beijar freneticamente, dê-lhe um berro: "Não és transparente, ouviste?"
  7. Se ela, no meio do calor provocado pela sua presença, começar a fazer strip-tease à sua frente (nem que seja com a música dos Morangos com Açucar), diga em alto e bom som: "A nancy do Elefante Branco tem uns airbags maiores...". Se for um rapaz a fazê-lo, comece a apontar para baixo e faça um riso histérico.
  8. Faça amor ao som do "Aguenta-te com esta" do sr. Toy. Alternativas viáveis incluem: "Chupa no dedo", "Nós Pimba", todas as músicas do sr. Quim Barreiros
  9. De 30 em 30 segundos, pergunte: "Porra, falta muito para teres um orgasmozinho?"
  10. Quando no fim lhe perguntarem "Gostaste?", responda com ar convicto: "Prefiro o padre da minha paróquia... Sinceramente, já tive melhor que tu..." (Esta última frase tem ainda maior impacto se você for um rapaz...)
Berlogue do viciado

Há algum médico na sala?

Há semana passada deparei-me com um caso curioso.
Um episódio circunstancial que teve mais de acidental que incidental.

Uma tarde cinzenta de Fevereiro.
Estava eu a chegar ao serviço quando tomei conhecimento que uma colega radiologista se encontrava adoentada no quarto dos médicos.
Daquelas colegas com 'C' maiúsculo, que chegam como um bónus do destino nas nossas vidas impetuosas, e que o tempo encarregar-se-à de transformar e cimentar em amizade sólida. Tão sólida quanto os pilares que sustentam secularmente a ponte sobre o rio Tejo.
Pensei: se os médicos têm por obrigação moral ajudar os outros, porque não ajudarmo-nos a nós próprios de vez em quando? Apressei-me em tornar-me útil.
Face à não melhoria do estado clínico com a medicação per os, sugeri medicação endovenosa dupla, analgésica e antiemética, que foi renitentemente aceite pela colega (e os médicos são sempre os piores doentes, não são?).
Dirigi-me a sala de angiografia, onde sabia que havia uma enfermeira residente. Face ao rebuliço momentâneo vivido na sala de angiografia desencadeado pela entrada de um doente com um re-enfarte, fiquei a aguardar pacientemente cá fora.
Enquanto confessava a minha intenção a um grupo simpático de auxiliares de acção médica, ouvi uma resposta inesperada:
-Medicação? Não prefere falar com os médicos da urgência? Eles é que sabem o que se deve dar....
Fiquei atordoada com a resposta. Não foi de orgulho ferido, não. Foi mesmo atordoada.
Sem perder tempo, respondi secamente:
-Os radiologistas são médicos, sabia?? E há coisas na vida que não nos podemos esquecer....
Esbocei um sorriso, relaxei a musculatura facial e decidi aguardar o término da intervenção percutânea noutra sala....

domingo, fevereiro 11, 2007

Sim, alguém o fez!!

A resposta à interrogação do meu post anterior não tardou:
-Sim, alguém o fez!!
-Sim, alguém quis mudar uma ínfima parte do mundo....

Hoje, é o início do fim do aborto clandestino.

Mas....
(em tudo na vida há um 'mas'):

-...será este SIM esmagador no referendo suficiente para derrotar a abstenção, também ela esmagadora?
-..será este referendo, juridicamente não vinculativo, suficiente para ser legislado?
-...será o S.N.S. capaz de responder a (mais) esta sobrecarga laboral?
-...seremos nós médicos, capazes de cumprir o nosso papel na realização da vontade expressa pelos portugueses, independentemente da nossa consciência pessoal??

Sem respostas.
Deixo apenas questões.

E vontade de cumprir o meu papel.

sábado, fevereiro 10, 2007

Não, amanhã, não irei votar

Amanhã, quando me levantar, não irei votar.
Ao contrário das outras vezes, não irei colocar a minha cruzinha naquele rasgão de papel e esperar (mais uma vez) tentar mudar o mundo. Ou, pelo menos, alguma coisa dele.... Uma infíma parte dele. Ou talvez nada.
Não irei votar, desta vez.

Não participei em campanhas neste referendo e não sou defensora do aborto per se; mas, como NUNCA seria cúmplice de crimes corporais contra a própria mulher, seja por dano físico ou psicológico, o meu voto seria SIM.
Um SIM traduzindo um NÃO ao do aborto ilegal em condições precárias, hediondas e auschwitzianas.
Isso sim é crime. É o verdadeiro crime.

Porque não irei votar?
Não irei porque simplesmente não posso.
Como funcionária pública deslocada, a muitos quilómetros de distância da minha mesa de voto e sem alternativas viáveis e baratas (desculpem-me a minha falta de altruísmo mas recuso-me a pagar 250 euros para ir votar...), amanhã ficarei em casa, a ler. Ou irei ver o Tejo, a fluir.

Não amanhã não irei mudar o mundo. Nem sequer uma infíma parte dele. Nada, talvez.
Alguém o fará?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

a minha rotina....

Não me canso dela.

domingo, fevereiro 04, 2007

Enquanto faço uma pausa....

..e preparo-me para mais uma (pesada) semana de trabalho, ouço o volume 6 de Hôtel Costes.

Relaxante.

Oh não! Mais um post sobre o aborto...

Ao vaguear pelos blogues do costume, encontrei um post que me fez párar para pensar, no blog do colega viciado em Ice Tea:

O post era este:

Vamos chamar-lhe Carla.
Carla tinha 17 anos. Estava em pleno 12º ano.
Namorava com António. António tinha também 17 anos e estava a frequentar o mesmo ano. Ele e Carla eram colegas de turma. Ambos eram alunos brilhantes... e tinham eleito o curso de Medicina como meta a atingir...

Namoravam desde os quinze anos. Aos dezasseis, por comum acordo, iniciaram a vida sexual. O amor era intenso...

António e Carla utilizavam preservativo. Carla não tinha possibilidades de tomar a pílula. Além de ser algo cara para o seu bolso de estudante de ensino secundário, a personalidade controladora e as atitudes conservadoras da mãe, e o medo de assumir a sua própria sexualidade perante esta impediam-na de o fazer.

A pílula do dia seguinte não tinha ainda sido lançada no País.

Nunca houve, durante a utilização do preservativo, qualquer "incidente" que levasse a suspeitar da sua falência enquanto método contraceptivo.

No entanto, oito dias antes do exame de Biologia desse ano (decisivo para a entrada em Medicina), Carla notou que o período estava em atraso. Comunicou o facto a António, mas não o valorizou, atribuindo-o ao stresse dos exames... Afinal de contas, ela era uma pessoa muito ansiosa..


Contudo, passados alguns dias (duas semanas antes do exame de Química, também decisivo), começou a notar náuseas e vómitos, cada vez mais fortes, cada vez mais intensos.
A dúvida no espírito de Carla era cada vez mais forte: "Será que estou grávida? Não, não é possível..."

Pelo sim pelo não, Carla foi à urgência mais próxima. A médica que a atendeu observou-a e pediu-lhe várias análise, entre as quais um diagnóstico imunológico de gravidez (DIG).

Quando veio o resultado, a médica chamou-a ao gabinete. A senhora está grávida - disse, com ar sério...
Carla ficou lívida de pânico. Mal conseguiu contornar as restantes perguntas colocadas pela clínica. Esta, talvez pressionada pela chefia da urgência a ver o máximo de doentes num mínimo de tempo, tamém não insistiu... Se aquela jovem parva não queria responder àquilo que ela lhe perguntava, tanto melhor... Menos tempo gastava na consulta...

Carla não sabia o que fazer. A garganta tinha-se transformado num nó de marinheiro. O coração, de repente transformado num batuque, não parava de acelerar, tal como os seus pensamentos. À cabeça veio-lhe toda a sua existência até à data.

Os seus sonhos, os seus projectos, a sua vida... Tudo ruía, naquele instante, sobre si própria.

Quando chegou a casa, o seu primeiro impulso foi ligar para António. A voz entaramelava-se, enquanto as lágrimas lhe escorriam dos olhos, quatro a quatro dos seus olhos castanhos, gigantes, que tanto fascinavam o namorado...
As palavras saíam, necessitando para tal de um esforço hercúleo:

-Sabes, António? Acho que estou grávida!
- O quê? - António estava incrédulo. - Estás a brincar comigo?
- Sim, António, acho que estou mesmo grávida. O período está em falta. Estou cheia de vómitos... E fiz um teste de gravidez que dá positivo!
António explodiu:
- A culpa é toda tua! Eu bem te disse para começares a fazer a pílula. Tu e os teus medos idiotas... Tens medo de tudo: que a tua mãe te descubra, que a pílula te faça mal... - a voz de António, ainda que pelo telefone, soava a um misto de negação com raiva.
- António, eu amo-te muito... - retorquia Carla, entre soluços...
- Eu também te amo... Mas a culpa é toda tua... E eu não quero um filho agora... Eu quero entrar para medicina, caraças!
- Eu também quero entrar para a faculdade... O que fazemos?
- Não sei! Não faço a mínima ideia...
- Eu também não!
Falaram ainda durante cerca de quinze minutos... António culpava Carla pelo sucedido, e, apesar de a amar, mostrava-se um tanto irredutível nessa culpabilização. Combinaram que António rumaria a casa de Carla assim que possível.Acabaram por desligar.

Entretanto, Carla não reparara que a mãe, vinda do emprego, tinha entrado em casa e, ouvindo o choro da filha, se tinha aproximado...

- Carla, filha, o que foi? Zangaste-te com o António?
Confrontada com o choro e com a aflição, Carla não teve outro remédio senão contar tudo à mãe. Tinha assumido a sua sexualidade da pior maneira.

A reacção da mãe de Carla foi, de início, de incredulidade: a sua filha, a sua pequenina, que tantas vezes lhe servira de apoio e de esperança nos momentos difíceis, estava a crescer, e de forma brusca.

A resposta foi ponderada.

- Carla, o que é que tu queres fazer?
-Não sei... a minha cabeça está um caos...
-Queres ter o filho ou não?
-Não sei... Não sei de nada...

Carla, meio surpresa, sentia o coração aos pulos. A figura da mãe revelava, ao fim de quase dezoito anos de convivência, contornos completamente diferentes daqueles a que estava habituada.Todo aquele desenrolar de acontecimentos tinha-se tornado imprevisível... Já antevia o casamento, à pressa, os comentários dos convivas, o sermão da sua avó. Via-se a trabalhar que nem uma moura, num supermercado, tão longe da profissão com que sempre sonhara... Via-se a deslocar-se de casa para o trabalho e do trabalho para casa, a chegar ao fim de semana exausta...Tudo por causa de uma gravidez que, de momento, não desejava...

Entretanto, chegou António. Vinha vermelho que nem um tomate, numa mescla de reacção ao sucedido com o efeito do calor tórrido do Verão, que se fazia sentir na altura. Cumprimentou a mãe de Carla.

Esta repetiu a questão que havia colocado a Carla:
- E agora, meninos, o que é que fazemos? Querem ter a criança ou não? - disse.
-Eu... não queria... - gaguejou António.
E tu, Carla?
- Eu também não...

A mãe de Carla não perdeu tempo: telefonou a uma colega de trabalho cuja filha tinha passado pelo mesmo. Fez outro telefonema, rápido: perguntou as características do local e informou-se do preço.

-Vocês os dois apanhem um táxi e vão a esta morada. É a de uma clínica que faz interrupções de gravidez. Eu vou ter convosco daqui a uma hora... tenho umas coisas a tratar.

No caminho, Carla, cada vez mais cheia de vómitos, ainda teve de ouvir os gritos de António, visivelmente irritado com toda a situação...

A clínica foi impecável. À entrada, Carla fez uma ecografia. Foi confirmada a gestação. Estava grávida de sete semanas.
Depois, após a chegada da mãe, esta assinou um termo de responsabilidade, e foi registado que Carla teria tido um aborto espontâneo.
O médico que a atendeu colocou-lhe uns comprimidos no colo do útero, tendo-lhe depois, sob anestesia geral, feito uma curetagem uterina.

Cerca de doze horas depois, Carla saía da clínica, meio atordoada da anestesia e com alguma hemorragia residual.

Passados sete dias, estava a fazer o exame de Biologia. Obteve notas de acesso altas.
Três meses depois, estava a inscrever-se no curso com o qual sempre sonhara.

Alguns meses depois, acabava a relação com António, que já se tornava um martírio em virtude das discussões constantes.
Durante alguns anos, os olhos de Carla marejavam-se de lágrimas quando via crianças. Pensava que o seu filho poderia ter aquela idade. Mas tudo passou.

Actualmente, Carla é uma cirurgiã pediátrica de sucesso. Está a fazer uma pós-graduação nos Estados Unidos, país no qual vive com o actual namorado. Planeia, em breve, assim que a profissão o permitir, ter dois ou três filhos com o "homem da sua vida".

Enquanto médica, já salvou centenas de vidas que foram colocadas nas suas mãos.

Fala desta fase da sua vida com o olhar conformado de quem já passou o suficiente. No entanto, confessa que, por vezes, não deixa de pensar no que seria a mesma com um filho que não desejava nos braços...



no berlogue do costume....

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Um último pensamento...

Be right back


Pois é. O relógio na capital parece mais célere, os minutos não dão tréguas, deixaram de existir tempos livres.

Neste momento, a minha nova vida sorve todo o meu escasso tempo. As minhas leituras têm novas direcções, os meus prelectores são outros. Os colegas de ontem foram revezados pelas novas caras de hoje.

Faço uma breve pausa no blog.
Brevíssima.

Estejam atentos.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Lista de Colocações nas especialidades 2007

Duas colegas do Norte disponibilizaram-se a fazer a lista de colocações de internos por especialidades neste ano 2007:
Pode vê-las aqui
(sim, aqui!)

A publicação destas listas esteve durante alguns anos a cargo do nosso MS, mas ultimamente tem vindo a esquecer-se de o fazer... porque será??

Espero que não tenha sido afligido por um síndrome demencial, porque precisamos dele são e salvo para revitalizar a saúde desta país (que anda muito doente)!
Tenho também a certeza convicta que não foi para favorecer (leia-se ocultar) ninguém, uma vez que isto se trata de um concurso justo e imparcial...
(ate já acabaram as malditas mudanças especiais de especialidade!)
Bem, dito isto, acredito que foi por meramente por um lapso temporal...
(sim, porque isto do desemprego dos jovens médicos, da introdução das taxas moderadoras nos internamentos e de colocar o dedinho nas máquinas do ponto é um full-time job....)

sexta-feira, janeiro 19, 2007

O melhor avanço médico desde 1840

Os 3 principais avanços da medicina desde 1840, segundo os leitores da revista BMJ, são:
1. Melhoria das condições sanitárias -15,8%
2.Antibióticos -14,5%
2. Anestesia -13,9%

Os avanços da imagiologia médica ficaram-se pelos 4,2%...

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Medicamentos génericos: Conhecer para decidir.

Um artigo original sobre medicamentos génericos publicado na última revista da SPMI: o quão estes medicamentos são aceites e prescritos pelos médicos internistas da Grande Lisboa.

Pode ler aqui

domingo, janeiro 14, 2007

O melhor avanço médico

A revista BMJ está a realizar uma sondagem sobre qual o avanço da medicina mais influente desde o ano do seu lançamento, 1840.

Eu votei nos avanços da imagiologia médica.
Serei suspeita?

O vencedor é anunciado a 18 de Janeiro.

Ode a Ricardo Reis

Estás só. Ninguém o sabe.

Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge. Mas finge sem fingimento. Nada 'speres que em ti já não exista, Cada um consigo é triste. Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas, Sorte se a sorte é dada.


Ricardo Reis

sábado, janeiro 13, 2007

Babel dos nossos dias


Mais um bom filme a não perder.
Como um gesto inocente e inconsequente pode afectar (e condenar) a vida de outras pessoas.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Pó ao Contraste

Na 3ºfeira conheci a Sra Aurora, uma mulher de 54 anos, que vinha ao Serviço de Radiologia com indicação do urologista para realização de uma urografia endovenosa por suposta lítiase renal.
Vinha de longe e estava ansiosa com a (suposta) realização do exame.
Já cá tinha sido enviada anteriormente com o mesmo motivo, mas foi detectada uma história de antecedentes alérgicos, pelo que o radiologista decidiu não foi realizar o exame.

Ontem apareceu de novo.
Desta vez trazia consigo uma carta assinada pelo urologista negando a existência qualquer tipo de alergias, exigindo a realização da urografia. Falei novamente com a doente e ela insistiu numa história de alergia ao pó e ao pêlo de gatos...

Convém relembrar que as guidelines europeias em relação às reacções adversas aos meios de contraste mudaram nos últimos anos e, se 'ontem' a culpa era do médico requisitante (neste caso, o urologista), 'hoje', a culpa é sempre do médico que aplicou o meio contrastado (ou seja, o radiologista).

Neste caso, com o factor adjuvante de poder ser feita uma TC não contrastada com os mesmos (aliás, melhores) resultados que a urografia para o caso em questão e sem qualquer tipo de risco para o doente. O urologista não aceitou. Queria mesmo uma urografia.

Por um lado, eu (e o meu colega) eramos apenas internos da especialidade. Não podemos ir contra um pedido de um especialista.
Por outro lado, qualquer tipo de reacção adversa, precoce ou tardia, a culpa seria nossa.

O que fazer?

Falou-se com o médico mais velho presente no serviço naquela manhã (também ele a contas com um processo no tribunal pelos mesmos motivos).
Ele olhou para a requisição, pensou uns minutos e, frazindo o sobrolho, disse:
-«Poderíamos marcar uma consulta de anestesia para a doente. Seria o mais correcto do ponto vista teórico, mas impracticável na prática.
Só há uma única alternativa.
Pré-mediquem o doente com corticóides e antihistamínicos. Re-marquem o doente para daqui a 3 dias. Avancem com a urografia. O urologista quer, vai tê-la...»

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Adaptação

Não tenho mencionado detalhes sobre a minha nova vida, sobre a minha nova especialidade. Propositadamente.
Sei que lá ficarei os próximos 5 anos, sei que lá inicio uma nova etapa da minha vida.
Mas nada é fácil.
Abdiquei da cidade da minha vida, dos meus amigos de infância, dos 'meus doentes', da equipa que eu adorava (e só não me refiro à minha família porque sei que esses nunca me abandonarão....), de tudo, em prol da minha escolha.
Estou a gostar do hospital, apesar da sua enorme imensidão.
Estou a adorar o mundo imagiológico das patologias, tão vasto quanto uma medicina interna.
O horário é cumprido religiosamente e, mesmo sem picar o ponto digitalmente, nunca trabalho menos de 42h semanais (nunca a menos, muitas vezes a mais).
Quanto aos novos colegas, estou a adaptar-me pouco a pouco. Não é fácil entrar em campo na segunda parte de uma partida de futebol, não é fácil entrar num grupo já entrosado. Os colegas têm sido fantásticos comigo, e ainda só vamos no início.... As coisas vão melhorar.
Os doentes continuam queixosos, refilões, conversadores, maravilhosos. Nem que seja à distância de um ultrassom.

Por falar em ultrassons, hoje deparei-me com um caso atípico, mas não tão invulgar quanto eu julgaria:
Um doente, sexo masculino, 53 anos, recorre ao SU por dores no hipocôndrio direito e vómitos. Diagnóstico de entrada: Colecistite aguda.
Foi pedido pela equipa médica de urgência uma ecotomografia abdominal para estudo da vesícula biliar.
Nada de anormal se este doente não tivesse AP de colecistectomia.....
Será que os colegas fizeram uma história clínica adequada?
Será que viram sequer o abdomém do doente (com uma nítida cicatriz cirúrgica no HD?)
Colecistite? Não creio...

sábado, janeiro 06, 2007

Esperemos que sim...

«As crianças que precisam de transplantes de fígado urgentes já podem voltar a ser operadas em Coimbra, garantiu ontem o responsável pela Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST), o cirurgião Eduardo Barroso.»
Ler mais aqui

sexta-feira, janeiro 05, 2007

De volta.

De volta à grande cidade. A um grande hospital.
De volta ao blog.

É com consternação que tenho acompanhado as notícias de imprensa acerca do 'desemprego de 29 dias' dos jovens médicos recém-licenciados.
Como defensora acérrima dos médicos internos, apoio a sua luta.
Faço deles a minha voz. Por exemplo, aqui.
Mas é também com consternação que recordo o meu concurso médico, o concurso 2006:
-o nosso exame foi adiado 7 meses (de Dezembro 2005 para Junho 2006)
-como tal ficamos 6 meses no desemprego (entre o término da licenciatura e o início do AC, uma vez que entretanto o exame foi adiado para Junho 2006)
-desaproveitamos metade do AC ( porque obviamente tínhamos que estudar...)
-foram anuladas/corrigidas 11 perguntas do exame de especialidade (e mesmo assim não houve plenos, 100%s neste exame do caos...)
-houve erros salariais relacionados com o ordenado-base na maioria dos hospitais do país
-revogação do mapa de vagas
-adiamento das datas das escolhas de especialidades
-novas listas colocadas fora do prazo estabelecido pelo próprio MS
-não actualização das vagas aquando da escolha de especialidade (também designado blind guess. Situação morosamente resolvida após o 2º,3º dia de escolha...)

Bem, o verdadeiro ano-negro.
Merecia destaque televisivo.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Não há como um dia depois do outro. Não há como um ano depois de outro.

Encontrei um grande post no Portugal dos pequeninos:



"Pensem quais podem ser as razões básicas para o desespero.
Cada um de vocês terá as suas. Proponho-vos as minhas:
a volubilidade do amor, a fragilidade do nosso corpo,
a opressiva mesquinhez que domina a vida social,
a trágica solidão em que no fundo todos vivemos,
os reveses da amizade,
a monotonia e a insensibilidade que andam associadas ao costume de viver."

Enrique Vila-Matas, Paris nunca se acaba

«Não há como um dia depois do outro. Por acaso de calendário, o dia de hoje fecha um mês e fecha um ano. Há muitos anos que já não existem anos diferentes. Não adianta olhar para trás. O passado está pejado de cruzes. As dos nossos mortos, as dos nossos "ideais", as dos nossos desejos, as dos nossos amantes - bonita expressão a de Hervé Guibert, "o mausoléu dos amantes" -, as das nossas múltiplas vidas. Todo o homem é um ser complexo e só os pobres de espírito podem supor que tudo corre como numa auto-estrada no meio do deserto, sem trânsito e sem outra paisagem que não o sol e o céu azul. Proust escreveu que era preciso guardar um pouco de céu azul na nossa vida, logo esse nervoso genial que se fechou num quarto para remoer "o tempo perdido". Não, não adianta olhar para trás. Aos quarenta e seis está-se mais perto dos cinquenta do que dos vinte, dos trinta ou mesmo dos quarenta. Provavelmente houve um tempo para tudo da mesma forma que haverá agora um tempo para um outro tudo. Nas magníficas páginas iniciais do seu "Saint Genet - comédien et martyr", Sartre adverte que, sermos ainda o que vamos deixar de ser e sermos já o que seremos, é a mais solene e trágica das nossas condições. Olho para o futuro com a esperança do "progressista" que não sou. Não há como um ano depois do outro.»
Posted by João Gonçalves

Dá que pensar, não dá?

Quem escreveu isto? (é homem concerteza)

Um estudo publicado na revista Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention diz que o trabalho doméstico diminui risco de neoplasia da mama nas mulheres...
Aposto que o autor do artigo é um homem...

Ler mais aqui

Há alguns minutos atrás....


Não foi aleatoriamente que o reveillon do FUNCHAL já foi considerado o 4º MELHOR REVEILLON DO MUNDO pela revista Times
(orgulhosamente atrás de Sidney ou Nova Iorque)....

Este ano o tema foi Vivaldi. Ao som das '4 estações', as 17 toneladas de fogo de artifício fizeram as delicías dos milhares de visitantes e locais que assistiam ao espectáculo.

Pro ano há mais.
Haja dinheiro.