sábado, fevereiro 10, 2007

Não, amanhã, não irei votar

Amanhã, quando me levantar, não irei votar.
Ao contrário das outras vezes, não irei colocar a minha cruzinha naquele rasgão de papel e esperar (mais uma vez) tentar mudar o mundo. Ou, pelo menos, alguma coisa dele.... Uma infíma parte dele. Ou talvez nada.
Não irei votar, desta vez.

Não participei em campanhas neste referendo e não sou defensora do aborto per se; mas, como NUNCA seria cúmplice de crimes corporais contra a própria mulher, seja por dano físico ou psicológico, o meu voto seria SIM.
Um SIM traduzindo um NÃO ao do aborto ilegal em condições precárias, hediondas e auschwitzianas.
Isso sim é crime. É o verdadeiro crime.

Porque não irei votar?
Não irei porque simplesmente não posso.
Como funcionária pública deslocada, a muitos quilómetros de distância da minha mesa de voto e sem alternativas viáveis e baratas (desculpem-me a minha falta de altruísmo mas recuso-me a pagar 250 euros para ir votar...), amanhã ficarei em casa, a ler. Ou irei ver o Tejo, a fluir.

Não amanhã não irei mudar o mundo. Nem sequer uma infíma parte dele. Nada, talvez.
Alguém o fará?

4 comentários:

Jorge disse...

O tempo dirá se Portugal irá mudar (para melhor)!
PS: acho que devíamos poder votar em qualquer zona do país; assim a abstenção não seria tão elevada.
Abraço.

NonSense disse...

Não fui votar pela mesma razão... :(

Anónimo disse...

Eu fui votar e resultou!!!

desculpeqqc disse...

Gostei do que li. Obrigado.