sábado, setembro 30, 2006

Novidades interessantes - Dodge Caliber


Este modelo novo da Dodge promete. Preço competitivo (28000€), motorização a diesel, estética apelativa e um carro possante. Uma novidade em Portugal a ter em conta e uma aposta arrojada da Dodge.

Carros da minha vida - BMW Z3 M Coupé

Exagero e hipocrisia


Manfred Bodner e Norbert Teufelberger são dois cidadãos austríacos co-administradores executivos da empresa Bwin Interactive Entertainment. Recentemente, foram presos três dias em França sendo posteriormente libertados com uma caução de 300 mil euros cada. Sobre eles recai uma acusação de infringir as leis de jogo francesas, cujo monopólio está cedido à Française des Jeux e à Pari Mutuel Urbain, pelo que terão de responder em Novembro, em tribunal. Ora esta questão tende a ser desviada. Se o objectivo é reduzir o negócio de apostas a empresas semi-monopolizadas, semi-estatais, semi-controladas, cujo interesse dos clientes tende a ser reduzido dadas as duras leis neste campo, este interesse é errado e hipócrita. Dadas as facilidades de constituir sites de apostas off-shore mais ou menos fora de alcance e perfeitamente ilegais muitas vezes preferidas pelos clientes. No entanto, a perseguição de empresas de apostas bem sucedidas e minimamente credíveis que tendem, por exemplo, a não fugir aos impostos e a controlar o acesso de menores ao jogo, é errada. As leis nesta área devem ser melhoradas e as empresas de sucesso (neste caso privadas) devem ser parcialmente integradas nas leis das sociedades desenvolvidas, e apoiadas com vantagens fiscais, da mesma forma que devem ser referidas como exemplo. Agindo deste modo, os clientes tendem a procurar alguma segurança nas suas apostas e escolhem os casos de sucesso e não empresas estatais altamente rígidas e pouco aliciantes nas suas ofertas ou empresas ilegais em regimes off-shore.

Porque não?


A Associação de Empresas de Portugal vai pôr em marcha uma operação patriótica apelando ao consumo de produtos portugueses. De acordo com este projecto, as empresas que aderirem mediante o pagamento de uma quantia simbólica poderão utilizar o símbolo da campanha no seu material promocional e nos rótulos e embalagens.

Um artigo sério e sustentado sobre a islamização da Europa

Beheading Nations: The Islamization of Europe’s Cities | The Brussels Journal

À deriva...

Decisões.
A nossa vida é marcada por decisões. Umas melhores que outras, algumas piores do que nenhumas.
Estou a meio de uma decisão.
E não sei que rumo tomar.

Derivo.
E faço derivar...

sexta-feira, setembro 29, 2006

Humor nas horas negras

Reanimar ou não reanimar?

Porque rir é o melhor remédio!!

quinta-feira, setembro 28, 2006

PP

Uma nova entrada num blog que promete desde o 1ºdia. E promete novidades para os próximos tempos.

Os dois membros deste blog pretendem dar a conhecer as confissões, opiniões, revoltas, episódios, que não são diferentes das questões respeitantes ao cidadão comum. E pretende-se um espaço de discussão, debate e liberdade, com correntes de pensamento que será impossível esconder, pelo contrário, é pretendido dar a conhecer.

Uma nova perspectiva sobre as modas, interesses banais do dia-a-dia, gostos, tendências, kitsch e despretensioso. Por outro lado, o lado mais sério da vida de quem participa activamente na sociedade e não quer deixar de partilhar os problemas e de salientar o que é bem feito. Com honestidade, realidade, denúncia, e crítica, assim daremos o nosso contributo.

Um blog de vertente internacional.

Novos membros? Novas meditações!

Partilhei o blog com alguém.
Ele pediu para intervir também. -Eu quero intervir.

Meditei.
Uma forma de, aos poucos, e por nós, mudarmos a nossa sociedade.
Abrir novos horizontes.
E em pequenos passos mudamos o mundo...
2 é mais forte que 1 só.

Penso que sim. Concordo.

Agora o ONR deixa de reanimar apenas tópicos médicos, para também (não) reanimar outros tópicos...

No comments...

Hoje cheguei do meu snack de meio da manhã quando a secretária de piso e a enfermeira chefe vieram ter comigo. Ri, a pensar que era um convite para ir ao bar quando de lá regressava.
-não, não, já fui.... agora só amanhã...
-não, dra não é isso.
-tão que raio vos mordeu?
(pausa).
-Chegou-nos agora uma participação de uma doente. A sra Bastos. Lembra-se?

Claro que me lembrava da Sra Bastos. Uma Sra catita, de 70 e tal anos, sobrinha de um colega, que entrou na urgência sozinha e a única coisa que trouxe de casa foi o seu pijama de flanela e o seu relógio com a fotos dos netos estampada.
(pensei para mim: -que piroso; mas para ela é a mais perfeita obra de arte deste mundo...)

-sim, lembro-me. claro que me lembro-me. Participação? Não, devem estar enganadas, ela foi impecavelmente tratada por toda a equipa, desde a entrada até a alta (ainda por cima com indicação para voltar após a realização de exames em ambulatório...)
-pois, mas é verdade!! Uma participação contra o facto de haver um nome na lista de acompanhantes que não o era...
-o quê? mas esperem aí? algum familiar que não pode entrar? Ou...
-Ou.... Pelo simples facto de um nome desconhecido constar da sua lista de acompanhantes.... Isso mesmo!


Mas ninguém ficou privado de a ver (se não me engano só 1 dia veio cá o filho durante toda a semana de internamento...) Ninguém foi maltrado ou negligenciado (muito pelo contrário...) Ninguém percebeu aquela participação...

Concluo: Nunca se pode confiar em ninguém. O pior inimigo do profissional de saúde é o doente.

Rio-me. Há coisas que nem contadas....

Reanimadora

quarta-feira, setembro 27, 2006

Filmes da Minha Vida...

Estes são (alguns) dos filmes da minha vida. Vale bem a pena ver.
E rever.



Reanimadora

terça-feira, setembro 26, 2006

Insónia

Insónia. Não consigo entregar-me ao sono.
Já não tenho carneiros para contar.
Acordo daqui a 3 horas...

segunda-feira, setembro 25, 2006

Novo dia, nova urgência....II

Hoje, mais um dia chato de urgência. Chato como a programação de domingo à tarde na TV.
Um dia em que (todos?) os colegas acordaram do lado errado da cama, maldispostos com tudo e com todos, com a sua própria vida e com a vida dos outros... (Mas todos nós temos esse direito de quando em quando).
Sem adrenalina, sem emergência, só urgências da treta, do tipo:

(entra uma mulher 'verde')
-então o que é que tem?
-eu tenho um atacamento aqui (apontava para o pesçoço...)
-mas atacamente como? falta de ar?
-n, sra doutora. falta de ar não...
-então, doi a garganta?
-ai cruzes não sra doutora. isso não..
-mas é tipo dor??
-ai não não. dor não. Não tenho dores...
-mas custa-lhe a engolir....??
-não, sra doutora. engolir engulo bem. ainda hoje comi cozido a portuguesa.
-e vem do estômago para cima?
-ai nem pensar. o meu estômago está óptimo... n, n, o meu estômago não
-mas....

Não, a campaínha da reanimação não tocou.
Que saudades dos bons velhos tempos.

domingo, setembro 24, 2006

Erro Médico

Erro Médico

Porque às vezes devemos parar, em vez de começar a julgar.
Nem tudo na vida é o que parece...

Terra de Lucifer

Hoje preciso de libertar a minha raiva, a minha revolta e todo o meu desejo por justiça e equidade. Equidade sim!
Pertencemos à Europa e somos (seremos mesmo?) um país desenvolvido, mas a verdade é que tomo consciência de coisas em meu redor verdadeiramente terceiro-mundistas, que me revoltam e que despertam toda a ira que há em mim (e que eu nem sabia existir!).
Somos o país onde o Zé Povinho não passa de uma 'pobre ceifeira', citando Fernado Pessoa, 'feliz porque não pensa', ou, não tem a capacidade intelectual de pensar (não terá? ou nem se esforçará por sequer pensar em ter?...)
Sempre defendi Portugal, e em particular, a terra onde nasci, a Madeira, mas cada vez mais aptece-me emigrar à procura de algum sentido, da uma verdadeira democracia, onde os erros do passado não sejam constante e estupidamente repetidos. Dizemos mal de Cuba, de Baptista e de Fidel mas, quantas Cubas-deficitárias democraticamente há em Portugal??? Quantas? Quantos nichos islâmicos e quantos Bush-descaracterizados existirão? Quantos?? (qualquer semelhança NÃO é pura coincidência!!)
Somos o país da cunhas que atropelam os meritosos, dos desdentados ignorantes, dos caciques locais, dos provicianos da cidade, dos parasitas sociais, dos tipos que se satisfazem em vesperá de eleições com um frigorífico novinho em folha, dos carros kitados a pulverizar a ponte a toda a velocidade, dos pobres futebolistas que (coitadinhos) precisam de isenção fiscal pós-Mundial, das beatas da paróquia e do apito dourado que nunca vai apitar nada neste campeonato!
Somos um Plutão no meio do sistema Solar, um arraial contínuo neste carrocel!!

Preciso de Valium e de Xanax e de uma amarguinha a terminar.
Preciso de ar e de mar.
Preciso de ACORDAR.

Mar

Ontem fui para a marina, desatraquei o barco e parti para o mar. Deixar-me levar. Amar o mar.
O mar é uma forma de terapia, a melhor das terapias.
Não há terapêuticas medicamentosas tão potentes ou tão eficazes.
Esquecer os problemas que ficaram em terra firme e deixar-se levar pelas ondas, pelo barulho frenético dos motores, pela velocidade transcrita nas esteiras dos mares.
















Mar.
Eu prescrevo-o para mim própria.
E você?

sexta-feira, setembro 22, 2006

Hallelujah

Hallelujah de Jeff Buckley

Play. Vislumbrar os segundos iniciais do videoclip. Apague a luz. E depois fechar os olhos. Arrepiar-se.

O James Dean da música.
Dono de um voz acutilante, fruto de uma relação trágica (quando ele nasceu as primeiras palavras proferidas pelo seu avô foram: 'yeah, ele é exactamente parecido com um filho da puta'), morreu aos 30 anos, com apenas 1 álbum editado, Grace.

Nunca conseguiu alcançar a paz necessária.

Fica o Hallelujah de Jeff Buckey.
Hallelujah.

Homenagem


Morreu Oriana Fallaci.
A jornalista rebelde que disparou o primeiro tiro contra a comunidade islâmica no pós-11 de Setembro. Acertou em cheio. «A Raiva e o Orgulho». Recomendado.

Introspecção

Não tenho vontade de ser lida. Pego nos meus pensamentos e guadro-os comigo, dentro da minha alma. Aí estarão bem seguros....

Já alguma vez se sentiram como se tivessem mil e uma coisas para fazer e não fizessem absolutamente nada?

A ociosidade é inimiga da alma....

quarta-feira, setembro 20, 2006

Frio

Hoje chegou o frio. Com ele o vento.
Adoro o Outono. Tempo de renovação, de renascer.

Mas hoje não sinto o Outono. Hoje é um mau dia...

Pulhice

Hoje a secretária de piso chamou-me a meio da manhã.
Disse-me que os familiares da sra Ana queriam falar cmg.
-Mmmm, da Sra Ana? Essa que está internada há 2 meses e ainda ninguém a tinha vindo visitar?? A Sra Ana que depois de ter visto a sua doença comtrolada não tinha ninguém para a vir buscar e por lá ficou a ocupar uma cama do serviço? A Sra Ana da alta problemática??

Eu fui de férias, eu vim de férias.

Ninguém nunca a veio visitar.
Ninguém nunca a veio buscar, mesmo depois de ter recuperado da doença que motivou o seu internamento.

Hoje os familiares vieram saber da Sra Ana. Uma Sra que é uma jovem comparada com a média de idades no internamento, uma jovem de 58 anos, solteira.

Hoje voltei a ir buscar o seu processo, colocado junto com as outras altas problemáticas.

Hoje, raios partam, iniciou um síndrome febril, provavelmente de origem hospitalar.
Logo hoje.
Logo hoje que os seus familiares decidiram aparecer passados 2 meses.
Não a vinham buscar nem tão pouco queriam saber dela, vinham, sim, à procura da sua herança e dos trocos que ela poderia deixar.

Hoje. Por coincidência ou não (e cada vez menos acredito em coincidências...), a Sra Ana, de 58 anos, que teve a infelicidade de ter na sua cruz uma doença que a fragilizava cada dia mais, faleceu. Hoje.

O.N.R -Ninguém a reanimou.

Como se fosse uma resposta do seu corpo ao desprezo e à ganância dos seus familiares.

Descanse Sra Ana.

terça-feira, setembro 19, 2006

Instantâneo pessoal




Para além da medicina e das pessoas que preenchem a minha vida, a minha outra paixão é a fotografia.


Captei este instantâneo no Verão.
Decidi partilhá-lo.


Todos nós nas nossas vidas também somos pescadores, também andamos à procura de algo e ambicionamos ser felizes.

a doença do médico

Hoje cheguei mais cedo.
Passei a manhã com lombalgias terríveis, quase morfino-dependentes.
Isso não me impediu de ver os doentes e tentar arranjar a melhor maneira de lhes atenuar as dores.

Quem manda os médicos adoecerem!?

E os médicos quando estão doentes quem os cura??

segunda-feira, setembro 18, 2006

Porque nem tudo é o que parece

Quando comecei naquele serviço pensei ter começado de forma errada. Diziam-me ter começado da pior forma.
Fiquei tutorizada por uma médica mais velha que tinha tanto de experiente como de mau feitio, sussurravam-me ao ouvido.
Em todas as esquinas há sempre alguém que sussurra ao ouvido.

Passado algum tempo, agradeço todos os dias ter sido a sua tutoranda. É uma mulher verdadeira, que diz o que não teme e o que teme.
Para si, Doutora, o meu muito obrigado.

Porque na vida o que interessa é o que NÓS pensamos, e não o que os outros nos fazem crer pensar....

Novo dia, nova urgência....

Nova urgência.
Hoje estranhamente a campaínha da reanimação não tocou...

domingo, setembro 17, 2006

Contas do Tio Alberto

Vamos lá por ordem na casa!

Todos nós sabemos que o Alberto João Jardim está para a política orçamental tal como está um sanguessuga para um hemoderivado.
Até aqui estamos todos de acordo.

Todos nós sabemos (e eu em particular por ter vivido durante algum tempo na região) que a peróla do atlântico (e em particular a sua esmeralda -Funchal) é neste momento talvez a região mais rica (a par de Lisboa e Vale do Tejo) de Portugal, motivo pelo qual perdeu os preciosos fundos da UE.

(Citando um médico lisboeta aquando da sua 1º visita a terrinha do tio Alberto:
"mas isto não é a pérola do atlântico. isto é o mónaco do atlântico")

Mas o que ningém fala é que a dívida da Madeira não é maior do que a dívida de Angola, inúmeras vezes perdoada (sem mencionar os outros PALOPs que há muita já perderam a bandeira portuguesa...).
Sim, Angola, rica em petróleo e fome.


Retalhos das minhas viagens....

Porque às vezes as coisas mais belas estão mesmo diante dos nossos olhos e nem nos apercebermos...


O interior da floresta Laurissilva


Tempestade a abater-se sobre o Alvor


São Vicente, o paraíso do surf


Porto santo by day


Porto by night

Sol

Uma palavra de apreço para o novo semanário português.
Um raio de sol a iluminar os quiosques da esquina.

Apelativo.

Dá gosto em ler...
...e em pagar.
Por enquanto já se fez notar nos bolsos dos portugueses: mais barato e já fez descer 20 cêntimos ao rival Expresso.

sábado, setembro 16, 2006

Fui ver, tive lá


Fui ver, tive lá. Adorei. Optimus Open Air. Vale mesmo muito a pena. Bons filmes com o Tejo como pano de fundo.

As 2 faces da mesma moeda



Há alguns dias atrás, como sempre, fui até o CCB.
Sempre adorei ir ao CCB de manhã, desfrutar da cultura que ele trasnpira e contemplar o Tejo.
Abstrair-me do quotidiano e voar.

Fui naquela manhã.
Como sempre como dantes.
Captei aquele momento no tempo e no espaço.

Como por vezes coisas tão diferentes podem co-existir e se complementar..

o Sol e a Chuva
o Dia e a Noite
o Bom e o Mau

sexta-feira, setembro 15, 2006

Reanimar



Assinado: Reanimadora

quinta-feira, setembro 14, 2006

Como tudo começou...

Bem vou começar pelo início...

Decidi escrever estas linhas por mero acaso após a minha 1º urgência pós-férias.
Ontem por acaso, hoje intencionalmente.

Queria dar forma aos meus pensamentos de médica que muitas vezes não podem fugir para além da bata e da doutrina, queria dar forma as meus pensamentos enquanto pessoa livre que muitas vezes não podem fugir para além do super-ego.
A todos, queria moldá-los como se fossem barro e deixa-los partir. Partir. Ir.

(Para quem quiser ouvir, neste caso ler….)


Como tudo começou....

...2f cheguei de férias. Férias férias, percebem? Daquelas em que se passa os outros 352 dias do ano à espera que cheguem....
Cheguei ao hospital (com o jet-lag do costume) e, supreendentemente, vi que estava escalada de urgência para esse dia! Bocejei. Olhei melhor. Ajeitei os óculos que não trazia e re-re-confirmei o que estava escrito.
Estava mesmo de urgência!… (a chamada entrada 'em grande' pós-férias!)
Nem um paraquedista fazia melhor.

As únicas palavras que nesse momento entupiam o meu pensamento era uma versão estúpida de uma anúncio estúpido de uma estupidez qualquer, do tipo:
Melhor regresso ao traballho?
-Foi voçê que pediu?

Lá fui eu.
Vesti a bata, agarrei no esteto e meti todas as coisas no bolso que fazem sempre tanta falta entre a vida e a morte. E são muitas.
E um sorriso estampado no rosto. É a melhor arma para se enfrentar os tiros de bazuca das urgências e tentar dominar o caos de uma urgência no primeiro dia da semana no primeiro dia de trabalho pós-férias (para bom entendedor)...

21h15m toca a campainha da sala de reanimação.
21h 15m 20s lá estava eu, suada, após um sprint de 10m em direcção à sala de reanimação. (De fazer inveja ao Obiqwello).

Um indivíduo de cerca 40 anos com queimaduras em 80% a 100% do corpo entrava naquele instante na sala. As queimaduras de 3º grau confundiam-se com corpo carbonizado. Um cheiro intenso a queimado fedia a sala. E as nossas almas.

O silêncio sepulcral naquela sala de reanimação deu lugar ao burburinho dos intensivistas e enfermeiros.
Reanimar, ressuscitar, salvar.

-É bombeiro? Alguém perguntou.
-Não, é incendiário…. Alguém respondeu.
Nesse momento novo silêncio na sala.

-Antes um incendiário que um bombeiro. Pensei eu. Pensamos todos nós. Todos!
Mas ninguém o disse…

Fiquei imóvel. Ali.

Reanimar, ressuscitar, salvar.

-Que raio de vida iria ter aquele homem se sobrevivesse? Sem face,e corpo desfigurado? Haverá pena maior para um criminoso?
Continuei a pensar. Continuamos todos a pensar. Ninguém o disse... Porque há coisas que não se pode dizer nunca. Nunca!
Esses pensamentos guardam-se bem guardados ou…. escrevem-se.


O.N.R. –Ordem para Não Reanimar


Ps: o indivíduo morreu minutos após o início da reanimação.
Descanse em paz.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Desabafo

Cheguei de mais um dia de trabalho.
De um hospital para outro.
Parei pelo café. Nem almocei.
Faz-se tarde mas é cedo ainda. Daqui a pouco tenho que sair. Até já.